13 de mar. de 2013

Helter Skelter (2012)

Título Original: Helter Skelter
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 2012
País de Origem: Japão
Direção: Mika Ninagawa
Sinopse: Baseado do mangá de Kyoko Okazaki, "Helter Skelter" conta a estória de Ririko, a mulher mais conhecida da indústria de entretenimento japonês por seu belo rosto e corpo perfeito. O que poucos sabem é que toda essa beleza vem de incontáveis cirurgias plásticas e de grandes doses de medicamentos. Quando a clínica de beleza que cuida dela fica sob investigação por tratamentos ilegais, a vida de Ririko começa a ruir completamente. Tendo que lidar com as emoções, a decadência, os relacionamentos e o seu corpo sendo destruído aos poucos, a sua vida entra em ruína.

   Olá, olá. Vocês perceberam que eu mudei um pouco o esquema do blog, certo? Então, eu decidi agora colocar a sinopse para enrolar menos na crítica.
   Hoje eu vou falar sobre o filme japonês Helter Skelter. Eu conheci o filme andando pela internet afora. Na verdade eu estava procurando novas versões, talvez um documentário sobre a família Manson, diferente do Helter Skelter que eu já havia assistido. Eu acabei encontrando mais dois filmes chamados Helter Skelter, outro sobre a família Manson e esse. Depois disso, eu assisti ao trailer e logo fiquei curiosa a respeito do filme, então o coloquei na minha lista de lançamentos esperados. Você pode conferir a lista aqui.
   Antes de começar a resenha, eu preciso complementar a sinopse e fazer uma comparação de acordo com o meu sentimento. Vocês se lembram da resenha do filme Sem Limites? Então, a minha comparação se baseia nesse filme. A estória de HS me lembrou bastante a estória contada em Limitless, leia a resenha para entender minha comparação: No filme HS, a personagem principal, Ririko, é uma mulher viciada em cirurgias plásticas. O fato é que ela não vive sem suas cirurgias. No Limitless, o personagem principal, Eddie Morra, também não vive sem suas pílulas de proficiência. O que acontece em comum na vida dos personagens de ambos os filmes é que suas vidas são tão vazias que eles são capazes de precisar de alguma coisa para alcançar o sucesso. Os dois personagens acabam sofrendo graves consequências por certos atos egoístas. Enfim, complementando a sinopse: A Ririko é tipo uma Gisele Bündchen japonesa. A mulher move o mercado japonês. As mulheres japonesas querem ser Ririko. A Ririko é rica, bonita e admirada por toda a nação, mas o que falta para ela é apenas felicidade. A Ririko não é uma mulher feliz e sua infelicidade agrava ainda mais quando a sua agência de modelos contrata uma nova modelo, que aparentemente não possui nenhuma cirurgia plástica evidente. A personagem então fica louca em saber que todos os seus esforços para conseguir se manter bonita não valeram de nada. É o que acontece no primeiro ato do filme, eu não posso falar mais porque vou acabar dando spoiler, mas acho que isso já é o suficiente para ficar interessado por essa incrível estória.

   O filme é incrivelmente original, bizarro, eu diria. Eu acho que nada mais poderia ser esperado da fotógrafa japonesa Mika Ninagawa, diretora do filme. A fotógrafa é bem conhecida pelo seu estilo característico, cores bastante fortes fazem parte dos constantes trabalhos da fotógrafa. Mika transportou todas as suas cores vibrantes para Helter Skelter, coisa que me deixou realmente cativada pelo filme. A explosão de cores é linda. Eu tirei muitas capturas só para colocar na resenha, eu ainda estou realmente apaixonada e admirada com toda essa explosão:



   Pelo pouco que deu para ver pelas fotos, o que não foi nem a metade, eu acho que já deu para vocês notarem o quanto a fotografia do filme é linda. A filmagem é muito bem feita, os ângulos são maravilhosos. Ninagawa certamente soube o que estava fazendo e fez isso muito bem. As cores além de serem lindas, também possuem um tipo de mensagem escondida, o que faz tudo ainda mais interessante. Eu não sei se sou eu que estou dando uma de interpretadora de obras. Algumas vezes o próprio autor não quer passar nada, mas a gente sente. Enfim, o quarto vermelho da personagem Ririko foi para mim extremamente simbólico. Eu pude ter essa definição de luxúria pela cor do quarto. Há uma cena que mostra sutilmente a imagem de Jesus Cristo e Maria com os olhos tapados. Eu acredito que tenha sim o simbolismo aí usado de uma maneira bastante inteligente. Eu acredito que os olhos das imagens tampados também têm algo relacionado à luxúria, as imagens estavam com os olhos tampados porque é como se não quisessem ver a maneira que Ririko se destruía. Helter Skelter fala sobre assuntos realmente polêmicos, e onde existe polêmica, existe sexo. O filme tem algumas cenas de sexo. O ponto principal do filme não é a sexualidade, mas isso é envolvido sim na estória. O ato de seduzir as pessoas para que elas façam o que Ririko implica é uma característica que personagem principal adquire depois de alguns surtos psicóticos. Conforme Ririko vai ficando menor aos olhos dos seus admiradores, o seu senso de realeza cresce ainda mais. Eu geralmente não gosto muito de cenas de sexo, mas as cenas desse filme são realmente bonitas. A diretora conseguiu trazer essa beleza através da fotografia. Mas ao contrário do que muitos pensam, as cenas de sexo felizmente não se tornaram hipsters. Nada contra os hipsters, mas ninguém merece cena de sexo com músicas de indie e alguns movimentos embaçados de câmera. Eu pelo menos não gosto. Se for para mostrar alguma coisa, é melhor mostrar tudo, não acham?

O filme além de mostrar o sexo como uma forma de manipulação também nos mostra uma visão da Kyoko Okazaki, escritora do mangá original, sobre esse mundo da moda. Helter Skelter consegue ser tão polêmico por mostrar o que todos acreditam que exista nesse universo do marketing. Eu adoro esse mundo oriental, então para mim o filme foi um prato cheio. Eu adorei os pequenos quadros mostrando o funcionamento do mercado japonês, a maneira como ele atinge as adolescentes, a maneira de como deixa de atingir as adolescentes.
   O elenco conta com a participação da atriz veterana Kaori Momoi e outros atores primorosos, mas quem realmente reina o filme inteiro é a Erika Sawajiri. Não teve nem espaço para os outros atores perto dela, a Erika realmente roubava todas as cenas. E só para lembrar: A Erika não fez nada por 5 anos, Helter Skelter foi o retorno dela às telonas. Eu realmente amei a interpretação da atriz, Erika mostrou de uma maneira explosiva todos os podres de Ririko.
   Não resisto em falar mais sobre a Ririko, sério. A personagem é tão complexa, encantadora, malvada, traumática, humana. A Ririko é a rainha do filme. Surtando geral ou recitando a famosa frase da madrasta da Branca de Neve em frente ao espelho, a Ririko conseguia continuar fazendo que todos se ajoelhassem aos pés dela. E tudo isso graças ao maravilhoso trabalho da Erika Saeajiri, que realmente roubou o filme.

A rainha te despreza.

God save te queen!
   O filme é tão perfeito, sério. Eu tenho palavras, mas nem sei como colocar. A A trilha sonora é incrível. As músicas se encaixaram perfeitamente com o desespero da Ririko, principalmente aquelas sonatas. Ópera sempre causa certo efeito cabuloso, não é? A trilha do filme é composta de variados estilos de música, mas o que predomina mesmo é a ópera, que é maravilhosa e ao mesmo tempo sufocante. 
    Se eu disser que não existe um ponto negativo, eu estarei mentindo. Helter Skelter é um filme longo, eu acho que esse foi o único ponto negativo que eu consegui encontrar. Eu senti uma necessidade de sustentar mais meia hora de filme, com isso eles começaram a dar voltas e voltas através do mesmo contexto, coisa que me deixou muito entediada. Eu achei isso uma falha principalmente por ser no final, o final deveria ter sido mais direto para que o filme fosse perfeito. Mas não se preocupe, Helter Skelter garante rapidamente uma maneira de prender novamente o nosso interesse e compensa sua falha final com a última cena.
A minha cena favorita. The queen is back!
   Falando em cenas, o filme tem ótimas cenas. Além do arco principal, Helter Skelter nos mostra também o processo de investigação dos detetives, cenas que garantem ótimos diálogos e que servem também para diferenciar o ritmo eletrizante do filme. Eu também não posso esquecer as cenas que mostram os depoimentos das testemunhas, são cenas que fazem o filme ser ainda mais dinâmico, interessante e criativo.


Ririko divando até na hora que encontra uma nova mancha de cirurgia.
   Enfim, eu posso elogiar, elogiar e elogiar, mas minha crítica nunca vai ser suficiente para falar sobre um filme com esse. Então, se você ainda não assistiu, assista! O filme nos garante 2h alucinantes de cenas completamente insanas e chocantes. Mas ao mesmo tempo o filme consegue ser comicamente engraçado e até poético. O filme pode ser baixado sem legendas aqui e a legenda pode ser baixada aqui (com cadastro).
    Eu acho que é isso pessoal. O meu senso crítico criativo finalmente está voltando aos poucos. Eu estou tentando fazer um pouco diferente as resenhas do blog, eu vi que a resenha do filme Faça A Coisa Certa deu bastante certo, eu coloquei cenas e falei quais foram minhas favoritas, então eu pretendo continuar com esse sistema. E se eu não conseguir encontrar as cenas, eu vou fazer capturas. Eu espero que tenham gostado da resenha de hoje e que não fiquem com receio de assistir a esse filme. Eu ainda não entendi a nota do IMDb para Helter Skelter, sério. O filme é realmente genial! A estória, o contexto... Ai, ai, eu já estou me empolgando demais. Assistam e depois me contem suas impressões, ok? 


Nota de 1,0 à 5,0:

Um comentário:

  1. Eu adorei esse filme. A Kirino é maravilhosa e manipuladora, como não amar?

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(: